segunda-feira, 4 de março de 2013

INSANIDADES DE SEGUNDA: à melhor das irmãs


É raro ciclo de uma trajetória. É raro o acompanhamento sistemático de uma vida inteira.
            Mas se concretiza toda vez que eu olho pra ti – olhando pra baixo, é claro.
            É surpreendente que haja alguém nesse mundo que, antes de mim, morou no mesmo ventre. Diante da vastidão do Universo, é feliz a coincidência de moléculas se agruparem para formar duas espécies diferentes que têm em comum metade do DNA.
            É, maninha, metade de mim é tu. Certamente, porém, nós temos muito mais em comum do que meras partículas genéticas.
            É essa semelhança – e esse afastamento – que me fez querer tão bem e tudo se torna legitimamente infinito. É infinito meu amor por ti, são infinitas as lembranças – dos jogos de futebol, das brincadeiras de banda, das brigas, das lutinhas, das brincadeiras de boneca, das risadas, das lágrimas...
            Quem é que estava lá no quarto, todos os dias, por maior que fosse a distância? Quem é que me guiou a vida inteira – e hoje em dia me “dirige” no sentido prático da palavra -? Quem é que me socorreu todas as vezes em que meu lado sentimental se aflorava? Quem é que tantas vezes secou minhas lágrimas e aumentou meus sorrisos? Quem por tantas vezes salvou as noites com gororobas comidas deliciosas?
            Acho que nada vai mudar.
            E eu, que queria tanto crescer e em tantos momentos não admitia que tu o fizesse antes de mim, agora cresci [aliás, cresci bem mais do que tu] e percebo que bom, mas bom mesmo, era quando não éramos grandes.
            Bom era quando nos divertíamos na piscina, quando tomávamos banho de chuva, quando fazíamos “camões”; bom era ser tua “marida”, andar de avião brincando de Polly, fazer dupla musical [eu sempre sendo a Sandy], fazer os treinos do Grêmio [sobretudo por causa do Galatto], compartilhar contigo minhas surpresas nas relações amorosas...
            Nem sei como agradecer.
            Nem sei mais o que dizer diante do turbilhão de lembranças e sensações. Só queria relembrar que, sempre que tu quiser, eu vou continuar sendo teu irmão mais novo e vou continuar aqui, no quarto do lado, pra todas as vezes em que tu precisar. Vou estar disposto a ouvir histórias, a opinar, a criticar, a salientar e brigar. Vou continuar pra sempre sendo aquele menino pequeno que só sonhava em crescer logo.
            Acho que a magia da vida é isso, né? A gente nunca sabe o que quer antes de experimentar mudanças e perceber que o que queremos é o que realmente já temos.
            E eu tenho uma boa companheira. De risadas, de confissões, de histórias, de casos, de abraços, de branquinhos, de filmes [comédia romântica ¬¬’], de depoimentos no Orkut, de tardes e DE UMA VIDA INTEIRA.
            Como eu disse, mana, tu me conhece desde aquela noite quente de 98. Lá se vão 5539 pores-do-sol pra ti tirar fotos, lá se vão meses e meses, brigas e brigas.
            E eu continuo aqui. Pra sempre.
            Te amo.                                                        





à melhor de todas as irmãs.


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