É
raro ciclo de uma trajetória. É raro o acompanhamento sistemático de uma vida
inteira.
Mas se concretiza toda vez que eu olho pra ti – olhando
pra baixo, é claro.
É surpreendente que haja alguém nesse mundo que, antes de
mim, morou no mesmo ventre. Diante da vastidão do Universo, é feliz a
coincidência de moléculas se agruparem para formar duas espécies diferentes que
têm em comum metade do DNA.
É, maninha, metade de mim é tu. Certamente, porém, nós
temos muito mais em comum do que meras partículas genéticas.
É essa semelhança – e esse afastamento – que me fez
querer tão bem e tudo se torna legitimamente infinito. É infinito meu amor por
ti, são infinitas as lembranças – dos jogos de futebol, das brincadeiras de
banda, das brigas, das lutinhas, das brincadeiras de boneca, das risadas, das
lágrimas...
Quem é que estava lá no quarto, todos os dias, por maior
que fosse a distância? Quem é que me guiou a vida inteira – e hoje em dia me
“dirige” no sentido prático da palavra -? Quem é que me socorreu todas as vezes
em que meu lado sentimental se aflorava? Quem é que tantas vezes secou minhas
lágrimas e aumentou meus sorrisos? Quem por tantas vezes salvou as noites com gororobas
comidas deliciosas?
Acho que nada vai mudar.
E eu, que queria tanto crescer e em tantos momentos não
admitia que tu o fizesse antes de mim, agora cresci [aliás, cresci bem mais do
que tu] e percebo que bom, mas bom mesmo, era quando não éramos grandes.
Bom era quando nos divertíamos na piscina, quando
tomávamos banho de chuva, quando fazíamos “camões”; bom era ser tua “marida”,
andar de avião brincando de Polly, fazer dupla musical [eu sempre sendo a
Sandy], fazer os treinos do Grêmio [sobretudo por causa do Galatto],
compartilhar contigo minhas surpresas nas relações amorosas...
Nem sei como agradecer.
Nem sei mais o que dizer diante do turbilhão de
lembranças e sensações. Só queria relembrar que, sempre que tu quiser, eu vou
continuar sendo teu irmão mais novo e vou continuar aqui, no quarto do lado,
pra todas as vezes em que tu precisar. Vou estar disposto a ouvir histórias, a
opinar, a criticar, a salientar e brigar. Vou continuar pra sempre sendo aquele
menino pequeno que só sonhava em crescer logo.
Acho que a magia da vida é isso, né? A gente nunca sabe o
que quer antes de experimentar mudanças e perceber que o que queremos é o que
realmente já temos.
E eu tenho uma boa companheira. De risadas, de
confissões, de histórias, de casos, de abraços, de branquinhos, de filmes
[comédia romântica ¬¬’], de depoimentos no Orkut, de tardes e DE UMA VIDA
INTEIRA.
Como eu disse, mana, tu me conhece desde aquela noite
quente de 98. Lá se vão 5539 pores-do-sol pra ti tirar fotos, lá se vão meses e
meses, brigas e brigas.
E eu continuo aqui. Pra sempre.
Te amo.
à melhor de todas as irmãs.
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